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25 de setembro de 2015

Análise - Monty Python's The Meaning of Life


O nome Monty Python não significa muito para nós brasileiros, mas a fama do grupo de comédia dos anos setenta e oitenta é incomparável pelo mundo. Considerados os Beatles do humor por seu humor influente e sua série Monty Python Flying Circus – se isso não fosse suficiente, o grupo tem dois dos melhores filmes de humor da história, que sempre figuram no top três de melhores comédias de todos os tempos – Holy Grail e Life of Brian. Por outro lado o filme que trago da trupe é o último trabalho de Monty Python até o presente dia, e embora não tão grandioso quanto os outros, é o mais cerebral de todos os quatro filmes do time.

The Meaning of Life é o mais critico trabalho do grupo, e toma para si a responsabilidade de tentar responder de forma bem humorada a mais impertinente pergunta da humanidade: Afinal, qual o sentido da vida? Uma resposta que o grupo de fato não tem uma resposta, mas fazê-lo pensar será o suficiente – e cheio de acidez e críticas a religião, as formas de governo e as formas de preconceito existentes.


O filme foi dirigido por Terry Gilliam e Terry Jones, ambos membros do grupo Monty Python – o primeiro tem como trabalho recente mais conhecido o filme “Irmão Grimm” – e pode-se dizer que fizeram um excelente trabalho. Em comparação aos outros três filmes do grupo, The Meaning of Life é o mais bem produzido e bem fotografado de todos – e com menos escorregões de edição, com animações mais bem produzidas por Gilliam e com pouco a ser desconsiderado. O filme foi separado em capítulos que cobrem desde o nascimento até a morte, passando a tentar entender os sentidos de cada fase da vida.

Em humor o filme não deve nada em comparação a algo que Monty Python tenha feito – e veja bem, superar dois dos melhores filmes de todos os tempos é um trabalho inglório – e certamente o filme lhe arrancara o sorriso claro, com a tristeza de saber que esse é o último grande trabalho do grupo. Em críticas, o filme crítica de forma irônica diversas escolhas das pessoas, tais quais as opções da Igreja Católica e o sentimento de superioridade dos protestes, além de ironizar com a música “Todo esperma é sagrado” a taxa de natalidade devido a opção da igreja. Antes de considerar o filme uma heresia, é bom lembrar que o filme não se limita a isso – o jeito pomposo dos ingleses, a forma como a educação sexual é abordada, o desleixo governamental ao nascimento também são alguns dos alvos.


O grande deslize do filme ocorre em uma sketche específica, com um humor escatológico que não agrada nem mesmo os fãs do humor mais exagerado. É um ponto fora da curva, e que na verdade não acrescenta nada ao filme,  e sequer tenta explicar algo sobre a proposta do filme. Ponto que inclusive é importante citar – o filme eventualmente foge de sua proposta  para fazer humor, e exceto pela cena citada acima, é um ponto de fuga para as reflexões tão propostas pelo filme.

O filme traz todos seus questionamentos de forma pertinente, questionar a sua existência e ironizar situações como a guerra já são esperados de Monty Python – e o auge certamente está na grande canção do filme, a “Galaxy Song” é talvez a segunda mais lembrada do grupos atrás apenas de “The Bright Side of Life”.

Menos ousado e mais esquemático que seus dois filmes anteriores, e seguindo mais a linha de seu primeiro filme, The Meaning of Life é um final feliz para uma grande história, com alguns escorregões é verdade, mas com um filme que corresponde e brinca com tudo aquilo que nós queremos. O filme pode ser assistido hoje, mais de trinta anos após seus lançamento e ver que suas críticas são pertinentes e sua eterna pergunta, permanece até hoje. Afinal, qual o sentido da vida?

Nota: 7.5/10

Por: Vitor Oliveira


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