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27 de agosto de 2015

Análise - Trilogia "O Poderoso Chefão"


O Poderoso Chefão foi em seu tempo um dos maiores blockbusters que o mundo viu. A qualidade técnica, do roteiro e atuação transformou a trilogia em um marco no mundo do cinema. O tempo levou consigo tudo o que podia, e o Poderoso Chefão tornou-se um exemplo de obra admirada e pouco assistida pelos cinéfilos da nova geração. Parece inaceitável para os que viram toda a alma de Marlon Brando e Al Pacino em uma atuação impecável, e mesmo para os que não aceitam a atuação solta de Sofia Coppola. A pergunta final para essa análise é – até onde Poderoso Chefão é uma obra que toca a perfeição?


- O Poderoso Chefão - Parte I




O ano é 1972, o novato diretor Francis Ford Coppola teria cento e setenta e cinco minutos para adaptar um famoso livro de Mario Puzo para o cinema – e o estúdio não havia sido muito generoso, havia lhe dado seis milhões em orçamento e Coppola teria de comer parte da ambientação dos anos 30 e 40 da obra “The Godfather” de Mario Puzo. Em termos menos técnicos, a obra parecia fadada ao fracasso.  Entretanto, teriam de contar com a genialidade de seus atores, da adaptação do roteiro e de sua fantástica trilha sonora.

Tudo funcionava como uma orquestra. Os atores respondiam perfeitamente,  o roteiro viria a se tornar a bíblia dos filmes de máfia e a trilha sonora merecia aplausos. Muito antes da Guerra dos Tronos, o verdadeiro jogo de poder ocorria nas famílias ítalo-americanas que haviam se estabelecido no inicio do século na América. A família Corleone vivia verdadeiros confrontos de poder e orquestramento político – o verdadeiro jogo de influência e o jogo sem limites para atingir os objetivos. A falta de escrúpulos é muito mais visível na sequência, mas a primeira parte nos contextualiza de forma quase perfeita – aquela é a verdadeira máfia, cosa nostra ou qualquer que seja o nome, nada de brincadeiras e você deve escolher seus aliados.

O destaque das atuações sempre se focam, com toda justiça , sobre Marlon Brando e Al Pacino, que atuam respectivamente como Don Vito Corleone e Michael Corleone. A atuação torna o clímax do filme triste – e sem spoilers, alguém que você admira pode partir no final das contas.  Junte duas dúzias de cenas memoráveis, e você tem o filme quase que descrito. Adicione a dramática produção e a difícil incorporação de Marlon Brando e a difícil aceitação de Al Pacino pelos executivos, e você o tem completo.

O filme teve nove indicações ao oscar, e venceu em três.  O filme foi eleito o melhor do ano, Marlon Brando foi coroado por sua atuação com um oscar e o filme venceu na categoria de melhor roteiro adaptado. O sucesso do filme foi estupendo – o filme que custou apenas seis milhões rendeu quase duzentos e cinquenta milhões, um verdadeiro fenômeno ao seu tempo.

Nota: 10/10

- O Poderoso Chefão - Parte II

Criar uma sequência é uma tarefa difícil. Quando a primeira obra se torna um clássico instantâneo, a sua sequência é cobrada ao máximo. A franquia Star Wars se saiu bem, Matrix nem tanto, Kill Bill é controverso - mas nenhuma sequência no cinema foi tão boa quanto a continuação de The Godfather. O filme quebrou o estigma das sequências e foi a primeira sequência a repetir o feito de seu primeiro filme e vencer  o oscar da academia com louvores novamente. E como fizeram isso? Errando pouco e driblando as adversidades de seu roteiro progressivo.

O filme foi lançado em 1974, dois anos após o primeiro filme – no roteiro do filme os eventos nos guiariam para sete anos após o primeiro filme.
Al Pacino assume o protagonismo deixado por Marlon Brando, e seu personagem Michael Corleone se torna o verdadeiro Don da família. O filme traz uma carga mais pessoal que o primeiro, conhecemos muito mais Michael através de suas provações e de suas medidas por sua família – mas o filme não se esquece de Vito Corleone, interpretado em flashbacks ao passado por Robert DeNiro, em atuação igualmente esplêndida.

A segunda parte mostra um lado mafioso ainda diferente – o envolvimento mais amplo com a política, os julgamentos e os jogos por detrás da cortina. Michael não pretende ser o testa-de-ferro para sempre, mas legalizar os negócios passa a ser um desafio. A que custo a máfia deve seguir? O custo pago por Michael é caro, e os tormentos o acompanham pela sua sequência na terceira e última parte da trilogia.

Em ambientação o filme vive ambos os lados – o lado ítalo-americano diminui, mas temos o lado verdadeiramente italiano do começo do século na américa e o passado de Vito Corleone na Sicília. Entre agrados e desagrados, poucos filmes conseguiram contar tão bem duas histórias em uma única frente.  Não faça questão de juntar só as boas cenas, mas pegue a fotografia, pegue a ambientação, pegue as trilhas e admire. Com quanta qualidade se faz uma boa sequência? A pergunta parece fácil depois de terminar o filme.

O filme venceu mais oscars que o primeiro. Ao todo foram nove indicações, seis vencidos – que incluíam melhor filme, melhor diretor, melhor trilha e melhor ator coadjuvante. A segunda parte pretendia-se ser a última, o que justifica o tempo de desgaste até a parte três. Coppola pensou na saga como sendo de apenas dois filme e um epílogo sobre a morte de Michael Corleone. Os produtores não ficaram felizes, e a trilogia teria sim uma última sequência.

Nota: 10/10

- O Poderoso Chefão - Parte III

A terceira parte não é como todos dizem – que vertigem de olhar do segundo para o terceiro. É verdade que o filme decai em diversos pontos – a ambientação, um ponto chave dos primeiros filmes, é quase toda perdida. Ainda é sofrível ver a atuação de Sofia Coppola como filha de Michael, uma atuação alheia e cercada de grandes atores – é um contraste que atrapalha o filme. Até mesmo as boas coisas se perdem em meio ao mais ou menos.

O filme é intimista – como parelelo, lembre-se de Homem de Ferro 3, 007: Skyfall ou dos 007 de George Lazenby – e se sustenta em seu protagonista. Al Pacino é um ator impecável na sequência, como em toda a saga, e os bons momentos estão em suas cenas. O clima festivo italiano parece segurar o filme, mas o jogo político que mesclava fantasia e realidade parecia fora de contexto. Até então era um filme de ficção que podia ser verdade em todos os campos, mas agora não parecia tão pefeito. A morte do papa e escândalos políticos, pequenos erros que comprometeram.

Algumas atuações fracas tiram o brilho do filme – e perdoe-me a vencedora do oscar Sofia Coppola, mas a beleza da jovem não salvou a atuação esquecível. A trilha sonora permanecia excelente, e mesmo os dezesseis anos de distância para o segundo filme pareciam curtos nesse quesito. Michael Corleone está lá para se redimir, mas também para legalizar sua família a todo custo e ter sua redenção – e mesmo em meio a tantas pequenas críticas, está ai o ponto alto e o ponto triste. O ponto alto é que Al Pacino dá vida a Michael Corleone, não é novidade, mas o drama é realista e o sexagenário está no ápice de seu sofrimento. O ponto triste é que a trilogia tem um final – e um bom final ,diga-se de passagem.

O filme ainda excelente, apesar de tudo, foi indicado a sete oscars, mas dessa vez não levou nenhum. Sofia Coppola dormiu com dois framboesas de ouro. E a trilogia, e que bela trilogia, chegou ao fim. Do jogo político ao sentimental pulso de ferro, até a redenção de um grande pecador.

Nota: 7.5/10


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