SLIDER

  • O avô das viagens temporais
  • Antecipados e aguardados
  • Rick Deckard não é humano (!?)
  • Você já refletiu hoje?
  • A melhor versão da Ameaça Fantasma
  • Analisando um verdadeiro blockbuster
  • Muito mais que um clássico
  • O icônica mangá de Togashi!
  • O Metroidvania definitivo!
  • Lutas colossais e violência
  • Uma ótima aventura poligonal.

5 de fevereiro de 2016

[Resenha] ― Dragão Vermelho, Thomas Harris



A saga do Dr. Hannibal Lecter, personagem icônico criado pelo escritor Thomas Harris, me atraiu desde o nosso primeiro contato há muitos anos quando o conheci por indicação de uma colega, acompanha de uma assertiva muito justificada: “leia, você irá gostar”.

Esta minha primeira leitura não seguiu a ordem original de publicação da série, e foi com Hannibal, A Origem do Mal, ou Hannibal Rising que eu dava meus primeiros passos ao lado de um personagem que posteriormente se tornaria um dos meus favoritos dentro da literatura e do cenário cinematográfico, imortalizado pelo ator Anthony Hopkins. Mas não é exatamente sobre o Dr. Lecter que viemos falar hoje.

Will Graham, o homem que mandara para a prisão o médico psicopata Hannibal Lecter de O Silêncio dos Inocentes, é chamado de volta ao FBI para elucidar uma série de crimes horripilantes em que a vítima é sacrificada após ter assistido à morte do marido e dos filhos. Para decifrar o enigma, Graham, considerado um paranormal por possuir aguçada percepção, vai até a prisão onde está confinado o Dr. Lecter, mas o encontro se transforma em um duelo de mentes geniais e ardilosas, que traduz a própria essência da luta entre bem e mal.¹

Dragão Vermelho, lançado em 1981, é o primeiro romance trazido pelo autor com envolvimento do personagem Hannibal, ainda que a trama não seja diretamente sobre ele. Acompanhamos o ex-policial Will Graham, que é retirado da sua tranquila aposentadoria para ajudar a solucionar uma série de assassinatos executados por um sujeito que aparentemente não deixa rastros. Graham, por ser o homem responsável pela captura do famoso canibal Hannibal Lecter (aja coragem) parece ser o agente perfeito para compreender a mente do novo criminoso. Particularmente, achei o protagonista interessante do ponto de vista literário e também no aspecto profissional dentro do seu universo: a sua “percepção aguçada” leva o leitor a acompanhar as racionalizações e a ligação de elementos desenvolvida por ele para tentar chegar a pistas ocultas do que está de fato acontecendo. Além disso, existe a relação muito bem construída pelo autor entre Graham e o seu pior inimigo, colocado na prisão por ele mesmo: os diálogos entre ele e Lecter são excitantes e produzem uma experiência de intenso perigo pairando no ar.

Ainda falando sobre Lecter, é válido ressaltar a impressionante capacidade do personagem de “roubar a cena” mesmo em uma obra que não trata necessariamente sobre ele; as cenas envolvendo seus diálogos e ações chamam a atenção imediatamente, fazendo-nos esquecer por um momento as perturbações causadas pelo misterioso assassino oculto.

Chamando a si mesmo de “O Dragão Vermelho” por motivos que serão revelados na leitura, o assassino também recebeu um cuidado habilidoso de Harris, e sua história ― um bom embasamento que nos levará a compreender eventualmente muitas coisas sobre ele ― é contada simultaneamente aos acontecimentos atuais da trama. O autor foi capaz de intercalar ambas as linhas sem deixar a desejar. Este aprofundamento também se aplica ao personagem Will Graham, o qual tem a personalidade bem delineada, permitindo-nos acompanha-lo. Oferecendo tanto a perspectiva do protagonista quanto a perspectiva do “Dragão”, o autor trabalha a relação distante de Will e seu novo oponente, como se ambos estivessem em contato de alguma maneira e fossem semelhantes. Esse é um dos motivos que mais contribui para o bom fluxo de suspense da obra, pois nunca sabemos qual será o próximo passo dos mocinhos nem a próxima ação do sujeito maligno. Sem dúvida uma diversão e tanto para os nervos.

Brincadeiras a parte, pessoalmente gostei do livro, e não tenho muitas reclamações a fazer. Até onde a minha percepção (que não é tão afiada quanto a do protagonista ou mesmo a de Lecter, infelizmente) alcançou não há pontas soltas, e talvez existam elementos aqui e ali que leitores com outra bagagem possam achar fora do lugar. Apesar disso, a leitura é válida e oferece uma boa experiência: uma boa história de suspense com bons personagens e um conflito contínuo; ademais, qualquer visita ao Dr. Hannibal Lecter, para mim, nunca é perda de tempo.


Thomas Harris (JacksonTennessee11 de Abril de 1940) é um escritor e roteirista norte-americano, mais conhecido pela série de romances de suspense sobre seu mais famoso personagem, Hannibal Lecter. Harris fez carreira no jornalismo. Foi repórter de polícia no Waco Tribune Herald durante boa parte da década de 60 e em 1968 passou a Associated Press, onde foi repórter, depois editor.

Todos os seus livros foram adaptados para o cinema, sendo a mais famosa adaptação o filme O Silêncio dos Inocentes, vencedor de 5 Oscar em 1991. **

*Sinopse retirada da contra-capa da edição da Editora Record.
** Biografia do autor retirada de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Harris

Gostou do texto? Compartilhe! Elogios, críticas, sugestões e qualquer outro comentário podem ser feitos na sessão de comentários de cada post ou enviados para o e-mail lifebarcast@outlook.com.















Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente com cuidado. Estamos de olho.