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6 de fevereiro de 2016

Fanáticos - Rick Deckard é um replicante


A série fanáticos está de volta em sua segunda edição no LifeBar. Na última vez trouxemos explicações sobre os óculos usados em The Matrix, e ainda seguindo na linha do Cyberpunk vamos tentar desmistificar se Rick Deckard, de Blade Runner é de fato um replicante ou se ele é um humano comum.

Em Blade Runner temos os replicantes, cópias quase perfeitas de humanos, melhorados de diversas formas, com versões superiores e atualizadas, mas que devido a tais características passaram a ser uma ameaça para a humanidade. Com isso, iniciou-se uma caça aos replicantes. Rick Deckard é um caçador de androides, e no inicio do filme é informado que foram identificados seis novos replicantes na cidade, e que devem ser caçados e exterminados. Entretanto conhecemos que um já foi morto, e Deckard apaga outros quatro – e então temos uma vaga.

O filme passa a soar confuso na nossa discussão a partir desse ponto – Blade Runner tem duas vertentes, uma das quais Deckard pode ser sim um replicante, ou ao menos alguém que dúvida de sua própria humanidade, e um final feliz que foi exibido como versão original de cinema. A versão chamada de Director’s Cut traz novas cenas e um final diferente, sem um final feliz para Deckard e Rachel.

O contraponto é que Rick Deckard não é um personagem que surgiu em Blade Runner, e sim na obra “Do Androids Dream of Eletric Sheep”, que segue linhas parecidas com Blade Runner, mas nessa obra é deixado claro e inquestionável que Deckard não é um replicante. No filme, porém, a questão é levantada pelas mudanças das versões após a original. Na versão Director’s Cut temos a tal cena do unicórnio, um tanto quanto estranha dentro do filme – e tudo fica mais claro no final quando ele foge com Rachel, uma replicante, e encontra um unicórnio em origami, tal qual havia encontrado outros origamis perto dos outros replicantes eliminados por Deckard no decorrer do longa.

O 'sonho' de Rick Deckard
A contra teoria seria que o origami poderia ser destinado a Rachel. A teoria entra em contradição com a cena do unicórnio com uma teoria clara dos replicantes – memórias implantadas. A cena do unicórnio é fora da curva, sem contexto claro e com pouco sentido no filme. É apresentada como um sonho de Deckard, algo sem sentido. Exceto claro se a mesma se tratar de uma memória implantada de Deckard, que pode ter sido enviado como replicante, uma opção mais segura e com poucos prejuízos, para caçar outros replicantes. De fato, nada é confirmado e não passa de especulação, porém nos leva a dúvidar de fato da humanidade de Deckard. No contexto do filme, implantar todas as suas memórias como policial não seria desafio algum.

No livro Deckard passa pelo teste Voight-Kampff, o mesmo usado para identificar o replicante no inicio do filme, e é comprovado que ele de fato é humano. As questões no filme são de fato – a quanto tempo a polícia usa Deckard como replicante? Nada fica claro quanto ao seu passado, tampouco suas colaborações anteriores com a polícia que são apenas citadas quando ele é abordado no começo do filme. 
Máquina do teste fictício Voight-Kampff
Segundo o diretor do longa-metragem, o famoso diretor Ridley Scott afirmou que “Ele é definitivamente um replicante”. Harrison Ford por outro lado sempre achou que Deckard era um humano – e a decisão de Ridley de não revelar para ele sobre isso pode ter sido válida no ponto de vista de atuação. Rick questiona-se o tempo todo sobre sua humanidade, e Harrison não tinha absoluta certeza do que seu personagem era. Um recurso de direção válido, e bem realista. Por fim podemos concluir que no filme, segundo o seu próprio diretor, Deckard é um replicante. Enquanto no livro, o autor evidencia que Deckard é um humano que apenas duvida de sua humanidade.


Por: Vitor Oliveira




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