A série fanáticos está de volta
em sua segunda edição no LifeBar. Na última vez trouxemos explicações sobre os óculos usados em The Matrix, e ainda
seguindo na linha do Cyberpunk vamos tentar desmistificar se Rick Deckard, de Blade Runner é de fato um replicante ou se ele é um humano comum.
Em Blade Runner temos os replicantes, cópias quase perfeitas de
humanos, melhorados de diversas formas, com versões superiores e atualizadas,
mas que devido a tais características passaram a ser uma ameaça para a
humanidade. Com isso, iniciou-se uma caça aos replicantes. Rick Deckard é um
caçador de androides, e no inicio do filme é informado que foram identificados
seis novos replicantes na cidade, e que devem ser caçados e exterminados.
Entretanto conhecemos que um já foi morto, e Deckard apaga outros quatro – e
então temos uma vaga.
O filme passa a soar confuso na
nossa discussão a partir desse ponto – Blade Runner tem duas vertentes, uma das
quais Deckard pode ser sim um replicante, ou ao menos alguém que dúvida de sua
própria humanidade, e um final feliz que foi exibido como versão original de
cinema. A versão chamada de Director’s
Cut traz novas cenas e um final diferente, sem um final feliz para Deckard
e Rachel.
O contraponto é que Rick Deckard não é um personagem que
surgiu em Blade Runner, e sim na obra “Do
Androids Dream of Eletric Sheep”, que segue linhas parecidas com Blade
Runner, mas nessa obra é deixado claro e inquestionável que Deckard não é um replicante. No filme, porém, a
questão é levantada pelas mudanças das versões após a original. Na versão Director’s Cut temos a tal cena do
unicórnio, um tanto quanto estranha dentro do filme – e tudo fica mais claro no
final quando ele foge com Rachel, uma
replicante, e encontra um unicórnio em origami, tal qual havia encontrado
outros origamis perto dos outros replicantes eliminados por Deckard no decorrer
do longa.
O 'sonho' de Rick Deckard |
A contra teoria seria que o
origami poderia ser destinado a Rachel. A teoria entra em contradição
com a cena do unicórnio com uma teoria clara dos replicantes – memórias
implantadas. A cena do unicórnio é fora da curva, sem contexto claro e com
pouco sentido no filme. É apresentada como um sonho de Deckard, algo sem
sentido. Exceto claro se a mesma se tratar de uma memória implantada de
Deckard, que pode ter sido enviado como replicante, uma opção mais segura e com
poucos prejuízos, para caçar outros replicantes. De fato, nada é confirmado e
não passa de especulação, porém nos leva a dúvidar de fato da humanidade de
Deckard. No contexto do filme, implantar todas as suas memórias como policial
não seria desafio algum.
No livro Deckard passa pelo teste
Voight-Kampff, o mesmo usado para identificar o replicante no inicio do filme, e é comprovado que ele de fato é
humano. As questões no filme são de fato – a quanto tempo a polícia usa Deckard
como replicante? Nada fica claro quanto ao seu passado, tampouco suas
colaborações anteriores com a polícia que são apenas citadas quando ele é
abordado no começo do filme.
Máquina do teste fictício Voight-Kampff |
Segundo o diretor do
longa-metragem, o famoso diretor Ridley Scott afirmou que “Ele é
definitivamente um replicante”. Harrison Ford por outro lado sempre achou que
Deckard era um humano – e a decisão de Ridley de não revelar para ele sobre
isso pode ter sido válida no ponto de vista de atuação. Rick questiona-se o
tempo todo sobre sua humanidade, e Harrison não tinha absoluta certeza do que
seu personagem era. Um recurso de direção válido, e bem realista. Por fim
podemos concluir que no filme, segundo o seu próprio diretor, Deckard é um
replicante. Enquanto no livro, o autor evidencia que Deckard é um humano que
apenas duvida de sua humanidade.
Por: Vitor Oliveira
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