É sempre triste ver uma obra com
belo potencial seguindo caminhos tortuosos e cometendo pecados capitais que o
façam ser esquecido rapidamente. O jogo “007: Nightfire” traz tudo o que a franquia tem de melhor – a abertura,
história original, stealth, perseguições, tiroteios e as suas bugigangas.
Então, o que tem de errado com Nightfire?
Vamos descobrir.
- História
A história de Nightfire não é compartilhada com nenhum
filme da franquia James Bond, mas como ocasionalmente ocorre
na franquia, a história começa sem ter relação com o que já ocorreu
anteriormente. Na história o empresário Raphael Drake é dono da Phoenix International, uma empresa que
busca a paz do mundo realizando acordos para remoção de arsenais nucleares. O
MI-6 envia Bond para descobrir suas reais intenções, e logo nota-se que suas
intenções não eram boas.
Como um toda a história funciona
bem e segue a sempre funcional fórmula de 007,
incorporando as mais diversas conspirações globais – e um mínimo de exagero –
pra formular um bom roteiro. O roteiro é validade por tentar criar uma história
nova – algo que não se vê muito com filmes portados para os games – e é capaz
de satisfazer o jogador através de suas curtas doze missões. Não espere viradas de roteiro ao melhor estilo
Metal Gear, nem conspirações militares tão grandes, mas o jogo vai trazer elementos
interessantes no roteiro.
- Gráficos
O jogo é de 2002 e usa a mesma
engine usada em Quake III Arena, e
considerando a época podemos dizer que tem belos gráficos. Os personagens e
principalmente os cenários são bem visíveis e nas cenas de perseguição temos várias
coisas acontecendo simultaneamente em tela.
A crítica quanto ao sistema
gráfico é que nos cenários mais escuros o jogo aparenta ter um aspecto de
iluminação pouco prático, embora isso pareça ser mais um erro de level design do que da própria engine.
Em alguns cenários encontrar o interruptor que acende a luz da sala, mesmo que
não tenha inimigos lá, se torna vital.
- Jogabilidade
Se até aqui tudo funcionava muito
bem, aqui temos alguns deslizes que tornam o jogo mediano. A jogabilidade se
divide em partes – stealth, perseguição e tiroteios.
A parte de stealth é consideravelmente
jogável. A resposta do personagem é um tanto quanto lenta e isso por fazer com
que você seja pego algumas vezes. Isso já seria capaz de irritar um punhado de
jogadores, mas você consegue driblar a lentidão com um pouco de jeito e prática
– além de que inteligência artificial do jogo
é baixíssima.
A parte das perseguições tem
algumas variáveis – elas acontecem em carros, helicópteros e outros veículos.
São as mais divertidas do game, e em geral combinam fugir e atirar ao mesmo
tempo. O nível de desafio é interessantíssimo, e estranhamente aqui os
tiroteios funcionam muito bem – e são bem dinâmicos.
A parte dos tiroteios
tradicionais é irritante e o tempo de resposta é o ponto baixo do jogo. Você
consegue jogá-lo mesmo sendo lento, mas eventualmente sua morte e suas derrotas
não serão sua culpa. A lentidão torna impossível jogar com uma das armas mais
funcionais da franquia 007, a Beretta é a mais lenta e a movimentação da mira é
arrastada. É como jogar um jogo de
Lightgun pelo mouse, e acredite que isso é suficientemente ruim. A mira
funciona melhor com a metralhadora, mas ainda é um tanto quanto lenta em outras
armas do arsenal.
- Considerações
Nightfire traz uma bela premissa, com aquilo que todos 007 prometem
fazer. Infelizmente, o jogo peca na jogabilidade, mas ainda oferece diversão
nas perseguições e algum desafio com a parte de stealth. Não espere que Nightfire entre para sua memória como um
jogo inesquecível, pois o jogo tem suas falhas – suas repetições – e seus
razoáveis acertos. Em um console cheio de ótimos jogos de stealth e shooters, o jogo “007 –Nightfire” é só um jogo mediano.
Nota: 6.5/10
Por: Vitor Oliveira
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