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4 de abril de 2015

Resenha - O Corvo (Filme)



O Corvo é uma rara adaptação de quadrinhos que se arriscou além da colina permitida pelos fãs. Seguiu uma linha diferente e menos lírica, introduziu novos momentos e sua incontestável qualidade quase foi eclipsada pela tragédia que tirou a vida de seu astro maior. Brandon Lee fez sua mais brilhante atuação em uma adaptação de quadrinhos antes de a maioria sequer tentar. Alex Proyas (Dark City e Eu, Robô) fez de O Corvo uma adaptação aquém do esperado.


Lançado em 1994 sob a escrita de ser uma adaptação direta dos quadrinhos de James O’Barr, denominado apenas “The Crow”, o filme pouco prometia e contou com um orçamento baixo mesmo para os padrões da época. Com um orçamento de seis milhões, o então quase novato Alex Proyas teria de fazer o melhor possível – e as expectativas eram péssimas por parte dos fãs. Como adaptar uma obra que se mostrava tão lírica e tinha ação tão rasa para o cinema, e com orçamento digno de filme independente? Seria difícil.

O roteiro de “O Corvo” sofreria alterações com relação aos quadrinhos e a ação seria aumentada – o lirismo seria diminuído, mas não extinto por completo. Sem medo de errar, a produção começou em 1993 e com todos os desafios a obra foi feita -  com a fatalidade de que em 31 de Março de 1993, Brandon Lee (Eric Draven, no filme) morreria acidentalmente após um disparo de arma durante a gravação.

As gravações foram abandonadas e a obra não seria lançada. Alex Proyas por outro lado resolveu em homenagem a Brandon terminar a obra usando efeitos especiais – faltavam poucas cenas com
participação de Brandon para o filme ser concluído, já que o filme havia sido estranhamente gravado fora de ordem. O filme foi lançado um ano depois da morte de Lee, em 1994.

Com roteiro voltado mais para ação e como já dito, com menos lirismo e ainda menos poético – The Crow tornou-se um sucesso comercial dentro de suas especificações. Rendeu cem milhões, contava com trilha sonora de respeito com participação de The Cure e Stone Temple Pilots e o roteiro havia funcionado. Alex Proyas focara-se na ação, mas a poesia estava lá e o filme não fadou-se a ser um filme de vendetta típico dos anos 90. Era mais que isso, era uma grande filme de ação e com um profundo protagonista - e a essência dos quadrinhos estava lá.

As atuações de Brandon Lee (Eric Draven), Rochelle Davis (Sarah) e Michael Wincott (Top Dollar) foram exemplares – não necessariamente dignas de oscar, mas exemplares – e foram elogiadas pela crítica em geral. Os cenários góticos, incomuns em histórias em quadrinhos da época empolgaram os entusiastas do gênero e o clássico cenário de Detroit se tornou ainda mais comum.



O Corvo foi quase eclipsado pela morte trágica de Brandon e tornou-se seu mártir, uma obra digníssima. Arriscando em um mercado novato, com cenários que beiravam o cyberpunk distópico e sem em elenco estrelado – assim foi feito, e seu lugar nas boas adaptações está garantido.


Nota final: 9/10

Por: Vitor Oliveira


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