Todos conhecemos o que acontece em Psicose, mas são poucos
os que realmente conhecem os assassinatos que assolaram o hotel que dá nome a
série – o Bates Motel. Se a história adaptada por Hitchcock e suas cenas mais
lembradas são intocáveis, a série de mesmo nome traz um suspense competente
para a tela do A&E (Universal, no Brasil) e que certamente não trará nenhum
remorso aos fãs de Alfred.
A história narra os eventos a partir da morte do pai de
Norman Bates (Freddie Highmore), que faz com que sua mãe Norma Bates (Vera
Farmiga) compre um Motel para recomeçar sua vida após o trágico evento
presenciado por Norman – além de todas outras coisas que são citadas durante o
decorrer dessa temporada.
O enfoque dos autores não se perde no limbo de uma atuação
presa ao filme – e na verdade, exploram de forma convincente o passado e passam
de forma sóbria e sem efeitos no futuro. Sem medo de criar personagens que não
estão presentes na trama original, a trama ganha uma ambientação contemporânea
e ganha seu próprio charme. O Bates Motel ainda é o de sempre, mas prepare-se
para encontrar celulares e notebooks que Hitchcock certamente não havia sequer
sonhado em 1960.
A atuação dos personagens centrais da trama é surpreendente
– formado por um elenco não tão estrelado, mas ainda assim competente, a série
ganha pontos pela autuação convincente de seus três principais personagens:
Freddie Highmore (Charlie and the Chocolate Factory), Vera Farmiga (Up in the
Air) e Max Thieriot (The Pacifier). Todos os personagens estão bem caracterizados
– e mesmo o jeito britânico de Highmore combina com o calmo e até então
inofensivo Norman Bates.
Como qualquer série que se proponha a contar eventos de um
futuro já definido, o roteiro está limitado a eventos que certamente devem
acontecer – exceto claro se a série parar antes de os eventos que antecedem dez
anos antes de Psicose. Os roteiristas por um lado, ao menos na primeira
temporada não pareceram se importar com isso – criaram personagens que mesmo
com sua data de validade seguiram na trama. Traçando perfis de loucura para
Norman e seu início de deslocamento mental, e de sua insegura e desconfortável
mãe, a série prende mesmo os que não conhecem a obra que a originou.
Em todos
os momentos, as reviravoltas serão presentes – e todos os eventos que jamais
foram citados por Hitchcock e mesmo no livro, estarão ali de alguma forma –
assassinatos extras, prostituição e todos os problemas de uma crítica razoável.
Bates Motel é uma boa oportunidade para os que não são
entusiastas do consagrado filme que já marca quase cinquenta e cinco anos. Com
atuações exemplares e competentes, um bom roteiro próprio, é uma série com sua
própria dignidade e que não se apoia de forma alguma no sucesso de uma obra de
mais de meio século de idade.
Por: Vitor Oliveira
Gostei dessa série quando vi no universal. Vale a pena demais mesno quem não gosta do filme como eu
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