Há uma coisa que as pessoas
precisam saber sobre quem está fazendo esse review – eu sempre gostei mais do
Master System que do Nintendinho. Nunca neguei o valor do console da Big N, mas
o console da SEGA me traz uma carga emocional diferente. Por isso fiz questão
de que o primeiro jogo fosse desse console.
Para melhorar, esse jogo é um dos
meus favoritos do Master System.
Golvellius - Valley of Doom é um RPG de ação que
se destacou já quando o console caminhava a ser substituído pelo Mega Drive em
1988, uma nova versão de um jogo do MSX. A produtora do jogo era a Compile, uma
publicadora e desenvolvedora de jogos pouco conhecida no ocidente. Pra alguém
que tentava variar em um RPG, um gênero recém-nascido nos videogames – e cheio
de fãs bem conservadores – a Compile se saiu melhor do que seu mais otimista
funcionário podia esperar.
- História
O jogo começa em Valley of Doom,
após Kelesi – o protagonista – encontrar um buraco próximo a um riacho em seu
reino. Anteriormente sua irmã partira em busca de uma cura para o rei e jamais
regressara, motivando seu irmão a procurá-la. Por outro lado, Valley of Doom
reserva ainda mais segmentos de história – e digo ainda que conta, veja só, com
uma virada de roteiro muito digna para a época.
O jovem que busca a irmã acaba buscando pelos
sete cristais que dão passagem ao Golvellius – e a princípio não se faz menção
se é uma pessoa ou um lugar. Por isso o jogo consegue prendê-lo de alguma forma
a história – que embora tenha sido resumida em apenas quatro linhas, nos faz
aguardar pelo seu desfecho. Méritos a produtora que soube criar algo tão
simples, mas que funciona.
Sem roteiros mirabolantes, o jogo
é detalhado e muitas vezes encontramos NPC’s que nos dão detalhes sobre
Golvellius e sobre o universo no qual estamos inseridos. Algumas vezes
informações inúteis, mas ainda assim acrescentam algo a história do jogo.
Simplicidade com arroz e feijão. – 08/10
- Jogabilidade
Aqui é o ponto alto de
Golvellius. O jogo começa logo de cara com uma jogabilidade plataforma – e confesso
que quando joguei pela primeira vez não consegui passar dessa parte e fiquei um
tempo achando que o jogo era aquilo. A jogabilidade em plataforma é
interessante e lembra o side-scrolling Zelda II que segue essa linha de
jogabilidade. Se é bem divertida e varia o modo principal de jogo, para andar
para trás é só através de moonwalker. Não custava uma animaçãozinha de virar.
A jogabilidade principal é a
visão clássica que estamos habituados na série Zelda em 2D. Vemos o personagem
a maior parte do tempo de cima, e aqui não há muitos problemas. A jogabilidade
pode parecer um pouco truncada, mas quando se acostuma o jogo flui
tranquilamente – afinal, aqui só se tem um botão para bater.
O último modo é similar ao dos
shooters como Ikari Warriors, com o personagem correndo sozinho – mas nesse
caso temos apenas uma espada. Arrisco dizer que esse modo é tão divertido
quanto o de plataforma, e alguns desafios são impostos pela movimentação
progressiva da câmera que não hesita em te matar caso fique pra trás.
O ponto fraco da jogabilidade é
que não há muita variedade de armas e equipamentos, embora alguns sejam
adquiridos durante o jogo. Eventualmente teremos um escudo, mas em geral isso é
o que teremos para o jogo todo. Sem grandes variedades – mas nada que vá tirar
muitos méritos do game que não se foca nesse tipo de puzzle.
Variedade que todo RPG deveria tentar. – 09/10
- Som e Gráficos
Os gráficos não são incríveis,
mas tampouco são ruins. Não há nada impressionante, embora seja relativamente
bem colorido, o jogo pouco usa da vantagem de cores do Master System e menos
ainda da vantagem de cores simultâneas. O personagem possui uma animação bem feita
na visão de cima, mas os dois modos extras têm animações mais simples – ainda bonitas,
mas bem simples.
O som por outro lado é incrível.
O hardware do Master System permitia belos sons e assim foi feito pela Compile.
Há músicas que ficam grudadas na cabeça – e com isso podemos ter em mente que é
um console oito bits, e isso significa muito – e que podem ser cantaroladas
depois, e com quase certeza serão. Um som de botar inveja em grande parte dos
jogos da época.
Simplicidade e qualidade. Gráficos 07/10 e Som 10/10
- Considerações finais:
O jogo é um clássico necessário
para o Master System, chamado por muitos de Zelda do console da SEGA, é um jogo
que não deve nada ao seu concorrente da época. Com uma aventura que prende o
jogador, músicas cativantes e uma jogabilidade interessante – e corajosa, não é
fácil misturar jogabilidades em um RPG de ação – o Master System tem um dos
melhores RPG’s de ação de seu tempo.
Vida longa ao grande RPG de Ação
do Master System.
Média final: -- 8,5
Autor: Vitor Oliveira.
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