Resenha - Hannibal Rising (A Origem do Mal)

Boa noite, galera do LifeBarCast! 

Aqui fala um dos membros da equipe do nosso podcast, responsável pelo conteúdo “pop” voltado para a sessão de literatura do blog. Essa é a nossa primeira resenha literária (e também do programa — possivelmente falaremos da obra no futuro) e eu gostaria de compartilhar com vocês um dos melhores livros que já tive o prazer de encontrar. Trata-se de um romance que li há muito tempo e que revisitei recentemente para escrever essa resenha, aproveitando para deliciar-me com ela novamente.

Hannibal, A Origem do Mal, de Thomas Harris, publicado originalmente em 2006 com o título Hannibal Rising, conta a história de Hannibal Lecter, um garoto que sobrevive à passagem da Segunda Guerra mas que é separado de sua família por um ataque do exército inimigo. Sozinho com sua irmã, Misha, eles se escondem em um acampamento da família, onde são encontrados por quatro fugitivos que os fazem prisioneiros. Eles desaparecem com a irmã de Hannibal e este acaba fugindo sozinho, sendo encontrado posteriormente vagando na neve e levado para longe. A história se desenvolve a partir do crescimento do menino Hannibal até tornar-se adulto, estudante de Medicina na França, e começar sua caçada aos homens que atacaram sua irmã. 

Thomas Harris nos dá um personagem cheio de facetas diferentes que possui traços psicológicos muito interessantes para os aficionados a esse gênero literário, uma vez que a narração acompanha toda a racionalização de Lecter enquanto traça seu plano de vingança. Podemos acompanhar, simultaneamente, sua relação com a personagem Murasaki, uma tia que o descobre em um orfanato ainda criança e o leva para sua casa. Hannibal passa a ter pela mulher uma afeição sem precedentes, um respeito que o motiva a determinadas ações no enredo para proteger sua honra. Ambos compartilham uma filosofia até o momento em que ela descobre os planos do rapaz para encontrar seus antigos raptores. Enquanto isso, Hannibal se vê perseguido por uma forte investigação criminal promovida pelo Inspetor Popil, que se convence a não acreditar no comportamento enigmático do protagonista. 

Na humilde opinião deste que vos fala, o maior trunfo do romance é a oportunidade de entender como funciona a mente do personagem principal, sempre envolta em uma neblina de divagações e perturbações que não permite que ele esqueça o passado. O protagonista, uma vez impulsionado por isso, se deixa levar totalmente e concentra todas as suas energias em atingir o objetivo que para ele é o mais importante, fazendo tudo de forma perfeita, incluindo a manifestação de seu lado assassino. 

Os eventos do livro se passam antes das sequências já conhecidas: Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes e Hannibal (as duas últimas com a mais do que excelente atuação de Anthony Hopkins) e se comprometem justamente a explicar como surgiu um dos personagens mais marcantes da literatura e do cinema. É uma leitura agradável, com linguagem que é compatível com o ritmo da narrativa e que mantém a atenção do início ao fim. Uma recomendação para quem gosta de literatura de horror, investigação policial e ficção de modo geral. 

Essa foi a primeira resenha (bem curta) do blog do LifeBar. Fiz o possível para não dar spoilers  mas receio que alguns tenham sido inevitáveis. Fica aqui uma ótima dica de leitura (e também de cinema — o filme lançado vale a pena). 

Aos leitores do blog e ouvintes do nosso cast, vou pedir humildemente que deixem comentários a respeito do texto, quem ainda não leu o livro e também quem já o leu, e ajudem a gente a melhorar a qualidade do site. Estamos ainda em um momento de alinhar as coisas e propor ideias sobre o conteúdo que queremos produzir para vocês. Críticas, sugestões e apontamentos serão, no mínimo, muito bem vindos. 

Quem curtir a resenha pode compartilhar com a galera que gosta de literatura e ajudar a gente na divulgação do trabalho.  

Autor: Everton Missiagia.

Edição de Imagens: Vitor Oliveira.